segunda-feira, 9 de agosto de 2010

CAPÍTULO IX – A RUPTURA COM O PRECONCEITO


Solidariedade, união, justiça, antifascismo, consciência, respeito, responsabilidade, autonomia... São algumas palavras frequentemente pronunciadas por punks. Não por menos, já que o punk carrega em si todas essas expressões e sentimentos. Pelo menos na teoria. Na prática, as coisas nem sempre acontecem como deveriam...

O início do movimento punk no Bra$il, por exemplo, foi conturbado e passou por momentos de conflito interno até se estabilizar. Exemplo disso eram as brigas entre punks da cidade e punks do subúrbio. Com o tempo, o punk foi tomando consciência de que esse separatismo e esse regionalismo afastava-o do objetivo libertário. Era necessário romper com essas barreiras, bradar a união entre punks de todas as regiões, construir um movimento mais sólido e efetivo. E então, esses desentendimentos foram diminuindo.

Infelizmente, hoje em dia ainda existem casos de separatismo dentro do movimento punk, como se um punk de “tal região” fosse mais punk do que o sujeito de “região tal”. Que diabos é isso de “mais punk”?

Estamos todos na mesma cena! Ninguém aqui está concorrendo ao prêmio de “Mr. Punk” ou “Miss Punk”. Ser punk não é status, motivo de orgulho ou algo do tipo. Ser punk é motivo para protestar e conscientizar!

O punk é cultura de rua porque é nas ruas que podemos passar informações ao próximo. É indo às ruas que criamos diálogos com a população. É ilusão achar que punks devem ser necessariamente de áreas periféricas, de regiões centrais ou de alguma região específica. O punk não depende de regiões, depende da consciência em querer a igualdade entre todos os cidadãos! Então fica claro que regionalismo é uma forma estúpida de distorcer a luta libertária. O movimento libertário abomina o regionalismo e as fronteiras que só servem para separar o povo do povo e incentivar as guerras estatais.

Então, o ideal é viver a união e o respeito que tanto defendemos. Mas não se esqueçam que esse respeito não deve ser só entre os punks. Respeito ao próximo é primordial em qualquer situação, pois é com respeito que construiremos uma sociedade mais justa para todos.

Isso nos remete a um assunto de suma importância: a questão LGBTQI+. Não sei o que acontece com alguns “punks” de hoje em dia que se opõem de forma estúpida à pauta. Essa homofobia existente em alguns “punks” acaba passando uma ideia totalmente errada para a sociedade.

Ei, homofóbico! Você se acha punk? Sinto te informar, mas você não passa de um fascista repressor. Pode dar a mão aos carecas e explodir junto com eles!

Se o punk é a favor do respeito, do amor entre as pessoas, da união, se o punk é contra dogmas estabelecidos por uma sociedade repressora, então dentro do punk não cabe a homofobia. Se você é homofóbico, nem pense em ingressar ao movimento, ok? Ok!

Aliás, vale lembrar que dentro do movimento punk existe, obviamente, homossexuais. O punk é aberto para todos que se opõem ao sistema e padrão vigentes. Isso inclui gays, heterossexuais, negros, brancos etc.

Por isso mesmo devemos descartar qualquer forma de preconceito, pois o preconceito é um tiro no movimento punk. O preconceito é inimigo do punk!

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