Êra punk! Este material que foi escrito em 2010, direcionado ao movimento punk e a quem quer conhecer sobre o assunto. Em 2021 fiz a revisão e atualização do material, preservando as ideias essenciais, mas modificando trechos que não mais condizem com um pensamento em eterna evolução. Trata-se de um documento baseado na minha vivência dentro do movimento entre 2006 e 2010, mas que ainda se aplica aos anos posteriores. - Por Mao Punk
segunda-feira, 9 de agosto de 2010
CAPÍTULO X – AS MULHERES PUNKS E AS QUESTÕES FEMINISTAS
O mundo segue em seu sistema hierárquico, desigual e explorador. Podemos apontar diversos males que esse sistema nos traz: monopólio dos meios de produção, desigualdade econômica, devastação do meio ambiente, fome, preconceitos, repressão estatal, escândalos políticos, alienação da massa, guerras – civis, territoriais, religiosas e por lucros –, escravidão, trabalho infantil, menores abandonados... se formos falar de todos os problemas, poderemos escrever um livro à parte. Dentre tantos problemas, irei falar sobre o descaso para com as mulheres.
É triste saber que apesar das mulheres sofrerem grande violência e abuso da sociedade, ainda assim a causa da libertação feminina por muito tempo não foi discutida como deveria dentro do movimento libertário.
A luta feminista no contexto libertário possui a ideia de que não basta as mulheres alcançarem os mesmos direitos sociais que os homens dentro desse sistema, pois os direitos conquistados dentro da sociedade capitalista acaba perpetuando a exploração de uns pelos outros, o que inclui a própria exploração das mulheres. O feminismo libertário propõe o fim do Estado para uma consciência de fato libertadora, que impossibilite mecanismos que levem à exploração das mulheres pelo sistema patriarcal, potencializado pela estrutura social atual.
Enquanto a mulher for explorada, agredida, violentada, ignorada e subestimada, então será evidente o quão fadados estamos a seguir hierarquias e preconceitos. Reprimir a mulher é promover o machismo e a hierarquia patriarcal.
Devemos combater o patriarcado! Ele nos diz que o homem é a base da sociedade, que a mulher tem deveres de submissão para com o homem, que o homem deve trabalhar enquanto a mulher deve servir à casa. É exatamente o que o governo faz com o povo: submete a massa a seus caprichos e exploração!
Dentro do movimento punk vemos o descaso que as mulheres vêm sofrendo. Tratadas apenas como “garotas do rolê”, não são vistas como militantes libertárias por uma parcela do movimento. A luta da mulher punk é importantíssima, já que a sociedade só alcançará a emancipação social caminhando lado a lado, mulheres e homens, em união pelo mesmo fim!
A mulher punk representa de forma extraordinária a força contra os padrões impostos, contra a beleza padronizada pela moda, contra o fascismo – já que luta firmemente contra todas as repressões, inclusive o machismo, algo que realmente precisa ser combatido. A mulher punk representa que é possível construir, através do feminismo libertário, uma luta onde mulheres produzam bons frutos pela emancipação social.
Solidariedade ao feminismo libertário! Solidariedade às mulheres!
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