segunda-feira, 9 de agosto de 2010

CAPÍTULO VII – O PUNK E SUAS VISÕES DISTORCIDAS

Falei um pouco sobre a importância de não centralizar a luta libertária e sobre o perigo de se tornar sectário perante às diferenças individuais. Devemos também nos atentar sobre pessoas que ingressam dentro do movimento punk sem saber de fato o que é nossa ideologia e nossa cultura.

Nós punks temos uma inimiga fundamental que distorce o verdadeiro ideal que carregamos e atrai algumas pessoas de má fé para junto de nossa contracultura. Essa inimiga é a mídia corporativa. Através de falsas informações, matérias sensacionalistas e infundadas, distorção dos fatos e outras artimanhas com apoio governamental e estatal, dignas de inquisidores que perseguem o povo que se insurge perante as injustiças, a mídia acaba passando a visão de que os punks são baderneiros sem intuito, desorganizados, rebeldes sem causa, bandidos.

Infelizmente, muitos jovens acabam acatando o que a mídia empurra. E o pior: se interessam por essa visão distorcida do punk! E saem por aí com roupas extravagantes, xingando a tudo e a todos, brigando sem quaisquer motivos. E acham que isso é ser punk.

E a distorção não para por aí. Existem pessoas que tem conhecimento sobre o punk, mas na hora de agir, agem completamente diferente do que pregam, do que o punk propõe. É a velha história da hipocrisia.

Ser punk não é ser sujo e malvado, colar na frente de galerias e intimar pessoas que passam, beber até cair porque isso é “subversivo”, bater nos outros sem razão... Não! Ser punk não é isso!

E aos que pensam que para ser punk é preciso ser assim, esqueçam! Para ser punk não é necessário ser malvado, mal-encarado, grosseiro, sujo. Ser punk é ser você mesmo. Pode ser sensível ou não, pode falar formal ou coloquialmente, pode ser uma pessoa mais rude ou mais calma. O que vai te fazer punk é a atitude e a vontade que você tem em não acatar opressões e em mudar a sociedade!

Existe tanto punks mais agressivos quanto punks mais delicados. Cada vivência é única!

Punks nunca usam da violência sem que haja uma justificativa para tal ato. Aliás, é importante registrar que a maioria dos punks não utilizam a violência como forma de propagar ideias. Claro que em todos os meios, seja no meio punk ou não, existem pessoas violentas. Mas isso não é  característica do ideal punk em si, mas sim da individualidade e da experiência de vida de cada punk, que pode ou não recorrer à violência de alguma maneira. Nesse caso, vale ressaltar que a violência é sempre empregada contra o fascismo, nunca contra o povo oprimido.

Àqueles que estão no punk por que acham que é uma postura de gente brava que impõe medo, por favor, não gastem seu tempo! O punk é união e solidariedade, portanto, uma demonstração de cordialidade para com o próximo.

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